SP – Comunidade com 1700 pessoas viveram expostas às substâncias tóxicas carcinogênicas, contaminantes orgânicos e metais pesados que podem afetar a saúde, especialmente de crianças

UF: SP

Município Atingido: São Paulo (SP)

Outros Municípios: São Paulo (SP)

População: Moradores de aterros e/ou terrenos contaminados, Moradores em periferias, ocupações e favelas

Atividades Geradoras do Conflito: Indústria química e petroquímica

Impactos Socioambientais: Poluição atmosférica, Poluição de recurso hídrico, Poluição do solo

Danos à Saúde: Doenças não transmissíveis ou crônicas

Síntese

A favela Paraguai (zona leste da cidade de São Paulo) foi construída em um terreno que durante anos serviu como lixão industrial. Cerca de 1700 pessoas dessa comunidade viveram expostas às substâncias tóxicas carcinogênicas, contaminantes orgânicos e metais pesados que podem afetar a saúde, especialmente de crianças.

Os moradores da favela foram removidos e não há informação sobre acompanhamento da população exposta às substâncias tóxicas.

Contexto Ampliado

A favela Paraguai – uma área na Vila Prudente, na zona leste da capital paulistana – foi construída no início dos anos 90, em um terreno que durante anos serviu como lixão industrial. Essa é mais uma das áreas contaminadas da cidade, onde antigas zonas industriais têm sido ocupadas para fins residenciais. As 450 famílias da favela Paraguai – que tem, ao todo, 94 mil m2 – viveram durante anos em condições impróprias e enfrentaram problemas que vão desde guerras entre traficantes de drogas até incêndios freqüentes. Desconheciam que estavam expostos a uma ameaça ainda pior: a de morar em cima de uma área contaminada por resíduos industriais potencialmente tóxicos e até cancerígenos. Uma creche foi construída, em 1992, sobre a área considerada um dos pontos mais críticos de contaminação.

O terreno é uma Zupi (Zona de Uso Predominantemente Industrial) e foi usado como um ?lixão? industrial até ser comprado pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado), em 1980. O terreno, onde seria construída uma estação de esgoto, pertenceu à Cetenco Engenharia e à falecida Antonieta Chaves Cintra Gordinho, segundo registros da empresa. Pelos registros da Prefeitura de São Paulo, a ocupação da área começou em 1992.

Em matéria de 04 de maio de 2003, do jornal Folha de São Paulo, , a contaminação tinha sido detectada em um laudo de 2002 e estava em poder da Sabesp que o manteve escondido. . O documento apontou a existência, no subsolo da favela e da creche, de 10 milhões a 15 milhões de litros de areia de fundição misturada com borras oleosas – material suficiente para encher 3.750 carretas. Na areia de fundição é possível encontrar metais pesados como chumbo e cobre, além de fenóis (substâncias orgânicas que, apesar de não serem tóxicas, podem causar males à saúde).

As borras oleosas são geralmente formadas por compostos orgânicos voláteis, entre os quais podem estar, por exemplo, os hidrocarbonetos e derivados de benzeno – alguns deles tóxicos e outros comprovadamente cancerígenos. Além de inflamáveis, os compostos orgânicos evaporam com facilidade. Por isso, haveria o risco de exposição aos contaminantes pelo simples ato de respirar. O perigo aumentaria ainda mais porque a camada de poluição está bem próxima da superfície – a uma profundidade que varia de 30 centímetros a 2 metros.

A instauração de um inquérito civil, finalmente, fez com que os moradores fossem transferidos para o conjunto habitacional do Jardim Iguatemi, na zona leste da capital. Não se tem notícia, no entanto, de acompanhamento da população exposta às substâncias tóxicas e sobre seus efeitos na sua saúde.

Última atualização em: 25 de fevereiro de 2010

Fontes

A problemática das áreas contaminadas no Estado de São Paulo. Disponível em
http://www.filtragem.com.br/meio_ambiente.asp

Área da favela Paraguai recebeu lixo industrial até década de 70. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u74193.shtml

CETESB organiza seminário sobre gestão de áreas contaminadas em SP. Disponível em
http://www.cetesb.sp.gov.br/Noticias/003/12/09_areas.asp

Favela Paraguai é “Barão de Mauá” paulistano. Disponível em
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u74197.shtml

Morador diz que não irá deixar favela Paraguai (SP). Disponível em
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u74368.shtml

MP instaura inquérito para apurar contaminação na Favela Paraguai ? Disponível em http://www.conjur.com.br/2003-mai-07/mp_investigar_dano_ambiental_favela_paraguai

Programa do governo distribuiu mais de 40 mil livros no interior ? Disponível em http://www.aomestre.com.br/pro/arquivo/108.htm

Recuperação de terreno na favela Paraguai pode levar 18 meses ? Disponível em
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u78466.shtml

São Paulo identifica mais 472 áreas contaminadas ? Disponível em
http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/7528

Solo contaminado ameaça favela de SP ? Disponível em
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0405200301.htm
http://ibps.com.br/2003/05/04/

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