RR – Brasil e a Guiana Inglesa usam a planta cunani na pesca e produzem medicamentos para a medicina tradicional extraídos da árvore tibiru ou coração verde
UF: RR
Município Atingido: Boa Vista (RR)
Outros Municípios: Boa Vista (RR)
População: Povos indígenas
Atividades Geradoras do Conflito: Agrotóxicos, Madeireiras, Monoculturas
Impactos Socioambientais: Desmatamento e/ou queimada, Erosão do solo, Invasão / dano a área protegida ou unidade de conservação, Poluição do solo
Danos à Saúde: Acidentes, Insegurança alimentar
Síntese
O povo Wapixana habita parte do lavrado – região com vegetação rasteira e ilhas de árvores de médio e grande porte com características semelhantes ao cerrado do Centro-Oeste – no Brasil e Guiana Inglesa.
O Brasil e a Guiana Inglesa usam a planta cunani na pesca e produzem medicamentos para a medicina tradicional extraídos da árvore tibiru ou coração verde.
O químico Conrad Gorinsk, filho de uma índia Wapixana com um alemão, nascido na Guiana Inglesa, pesquisou o cunani e o tibiru com a promessa de ajudar as comunidades. Em lugar da ajuda, os medicamentos desenvolvidos com as duas plantas foram patenteados.
Contexto Ampliado
O povo Wapixana espera que seja aprovado o Projeto de Lei n. 306/95 ? que dispõe sobre o acesso a recursos genéticos e seus produtos derivados e dá outras providências ? e o Projeto de Lei n. 2.057/91, que institui o Estatuto das Sociedades Indígenas. A aprovação desses projetos de lei ampliará a proteção da biodiversidade e de nossos conhecimentos tradicionais.
A exploração da mão de obra do povo Wapixana para serviços domésticos e nas fazendas ocupadas dentro do seu território tem sido uma constante. Partidos políticos assediam os indígenas trocando votos por presentes e comida.
Os povos indígenas Ingarikó, Macuxi e Wapixana vivem na região de fronteira entre o Brasil e Guiana desde tempos imemoriais. É farta a documentação histórica disponível sobre a presença destes povos desde que se iniciou o processo de colonização.
Há cem anos aconteceram as difíceis negociações internacionais para a definição deste trecho da fronteira. A presença desses povos e manifestações de lealdade dos seus chefes ao Estado brasileiro foram elementos importantes para que a região de Raposa-Serra do Sol, então chamada de ?área do contestado?, integrasse o território nacional, enquanto as pretensões territoriais da Grã-Bretanha se estendiam até o Rio Cotingo.
Isso está registrado no livro de Joaquim Nabuco, O Direito do Brasil. Os Wapixana têm recorrido ao STF para obrigar a retirada dos arrozeiros que ocuparam seu território. Eles têm sofrido com beribéri e alimentação inadequada.
Última atualização em: 05 de janeiro de 2010
Fontes
Biodiversidade, Justiça e Ética (disponível no endereço eletrônico: http://www2.cjf.jus.br/ojs2/index.php/cej/article/view/200/362)
Wapixana, Clóvis. “Biodiversidade, Justiça e Ética”. Disponível em http://www2.cjf.jus.br/ojs2/index.php/cej/article/view/200/362 Acesso em: 21 de agosto de 2009.
Wapixana (Quadro mais recente). Disponível em http://pib.socioambiental.org/pt/povo/wapixana/2002 Acesso em: 25 de agosto de 2009.
Os índios e a fronteira. Disponível em http://www.brasiloeste.com.br/noticia/870/ Acesso em 24 de agosto de 2009.
Wapixana – Disponível em http://pib.socioambiental.org/pt/povo/wapixana/2002)