RO – Sem Terra do Acampamento Paulo Justino e Posseiros do Acampamento Terra Prometida, em Alto Paraíso, sofrem vários tipos de violência na tentativa de garantir território

UF: RO

Município Atingido: Alto Paraíso (RO)

Outros Municípios: Alto Paraíso (RO)

População: Posseiros, Trabalhadores rurais sem terra

Síntese

O Acampamento Paulo Justino, da LCP, foi batizado em nome de uma liderança assassinada no mesmo ano em Rio Pardo (PVH) e está situado na Linha C-67, entre Alto Paraíso, Buritis e Campo Novo. A região encontrou altíssimos índices de violência em 2015 e início de 2016. Segundo a Liga, esta área já foi liderada pelo casal Tonha e Serafim, assassinados por pistoleiros a mando de latifundiários em 2003, quando voltavam de uma reunião no Incra em Ariquemes.

A ocupação foi iniciada em 01 de novembro de 2015: 25 camponeses tomaram a fazenda Santo Antônio (antiga fazenda Pedra Bonita), situada na Gleba 06 de Julho, PA Santa Cruz, no município de Alto Paraíso, de 2000 alqueires. Antônio Carlos Faitaroni, teria pedido interdito proibitório da área, mas os acampados suspeitam que ele seja apenas um laranja de Caio Brito, que se dizia o dono da área.

No dia 04 de novembro de 2015 foram expulsos do local per um grupo de pistoleiros. Nos dias seguintes, o LCP acusa pistoleiros da Associação de Fazendeiros de começar a atacar vizinhos do acampamento, invadindo casas, abordando na estrada, roubando e ameaçando de morte. Um camponês abandonou o sítio depois que sua casa foi invadida duas vezes, com medo das ameaças. Desde então, as famílias estão acampadas no lote de um camponês do Acampamento Terra Prometida.

No dia 23 de novembro, por volta das 19 horas, dois camponeses sofreram tentativa de homicídio quando passavam na estrada C 60, dentro da Área Terra Prometida, indo para o Acamamento Paulo Justino. O acampado Francimar de Souza, de 21 anos, foi assassinado no dia 11 de dezembro de 2015. No dia seguinte, 12/12/2015, camponeses denunciaram na sede da LCP mais um ataque de pistoleiros contra um sítio do Assentamento Terra Prometida, de familiares de um sem terra do Acampamento Paulo Justino.

No dia 23 de janeiro de 2016, às 5 e 40 da tarde, os camponeses Enilson Ribeiro dos Santos e Valdiro Chagas de Moura foram perseguidos em Jaru por uma moto por um longo trecho dentro da cidade e cruelmente executados. No dia seguinte (27/01/16), segundo a Polícia Militar, elementos fortemente armados teriam realizado um ataque à Fazenda Pedra Bonita e teria havido um confronto no local. Segundo a LCP os atacantes foram os seguranças da fazenda, e o ataque foi ao sítio de um camponês do Assentamento Terra Prometida, localizado na linha C 60, no município de Ariquemes.

Moradores do Terra Prometida, zona rural de Ariquemes, na região do Vale do Jamari em Rondônia, relataram em maio que um grupo de homens armados contratados pelas fazendas vizinhas têm amedrontado produtores rurais da região realizando ataques frequentes, saqueando casas e agredindo as pessoas desde fevereiro deste ano. A situação vem se agravando, já que as famílias se recusam a enviar os filhos à escola desde que dois motoristas foram agredidos e o ônibus escolar invadido por homens armados.

Segundo o Conselho Tutelar, homens armados também deram toque de recolher na região, e há relatos de saques em casas e matança de animais. Numa operação policial em 09 de maio de 2016, a PM prendeu uma quadrilha que realizava roubos e aterrorizava a região, porém para a Polícia a quadrilha presa não tem ligação ao grupo criminoso que realizou ataques aos ônibus escolares no Terra Prometida.

Segundo o INCRA, há tensão continuada desde a ocupação do Terra Prometida, em 2003, em área concentrada dentro do PA Santa Cruz e com processo de retomada pelo INCRA parado no TRF 1, embora tenha havido acordo com os grileiros no final de 2014.

Cf. (http://goo.gl/Zs9Wrt)(http://goo.gl/QwxnzF) (http://goo.gl/DZnO7h) (http://goo.gl/EhlqXm). Fontes: LCP, PM, e INCRA.

Observação: Esta denúncia foi encaminhada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e ainda não foi trabalhada por nossa equipe. Caso tenha mais informações sobre o caso, encaminhe para nós pelo “Fale Conosco”, por gentileza.

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