RO – Em Alto Paraíso, Sem Terra do Acampamento 10 de Maio estão sendo assassinados enquanto centenas de famílias lutam contra reintegração de posse de área já expropriada para reforma agrária

UF: RO

Município Atingido: Alto Paraíso (RO)

Outros Municípios: Alto Paraíso (RO)

População: Trabalhadores rurais sem terra

Síntese

Situado na gleba 06 de Julho/São Sebastião, na região entre Buritis, Monte Negro e Alto Paraíso, o Acampamento sofreu na data de 10 maio de 2013 um intento de reintegração de posse e outro em 26 de julho de 2013. Porém, tratando-se de terra pública (uma área já expropriada para reforma agrária) a Ouvidoria Agrária Nacional pediu a suspensão da reintegração em 23/11/13. A reintegração é suspensa em 02/09/13 após manifestação do MP de Ariquemes, Dra. Priscila, pedindo para o juiz consultar o INCRA sobre a natureza da área e o posterior envio do processo para a Justiça Federal 14/8/13.

Mas o Juiz Herculano concede a reintegração, que é cumprida, e depois dela um grupo queima fazenda, em 10/10/14. No ataque, o pistoleiro Juan Francisco Bassan, relata a morte de um peão de 43 anos e de um baleado. Em outubro de 2014 a PM realiza numerosos patrulhamentos na área. O acampamento permanece nas linhas 43, linha 50 e linha 54, aproximadamente a 5 km da fazenda.

Em 20/11/2014, mais de 80 homens do Exército, Força Nacional e Polícia Militar fazem a operação Terra Limpa, com cumprimento de vários mandados de busca e apreensão com poucos resultados. Em 18/12/14, na reunião da Comissão Combate à Violência,o proprietário Caubi pede apenas para ser indenizado pelas benfeitorias, pois a terra já havia sido expropriada e não poderia ser comprada.

Em depoimento na Delegacia Ariquemes, Caubi reconheceu de ter contratado como seguranças os PMs Rivelino e Dirceu, em troca da venda de 150 alqueires, R$ 2 mil por alqueire.

Em 11 de maio de 2015 foram descobertos dois mortos na Fazenda Formosa, assassinados nas proximidades do Acampamento 10 de Maio. Segundo fontes da LCP, não eram camponeses do acampamento. (Fonte: Ariquemes 190). Segundo BO, Caubi também teria ameaçado o topógrafo assassinado em Buritis em 11/08/15, Cassiano Cesar Raimundo Gomes.

No dia 11.11.2015, desaparece o camponês Valdeci Padilha. No final do ano, os camponeses destroem pontes para evitar nova reintegração, que é suspensa após intervenção do MPF em Porto Velho, Dr. Raphael Bevilaqua, em 14/03/16. Um mês depois, os irmãos Nivaldo Batista Cordeiro e Jesser Batista Cordeiro são covardemente assassinados no dia 24-04-2016, em Buritis. Seus corpos são encontrados boiando no rio Candeias.

Segundo a Liga, ambos eram acampados na Área 10 de Maio, e haviam recebidos ameaças de morte de Caubi Moreira Quito, que em várias ocasiões afirmou que iria matar todos os “sem terra antigos” do Acampamento. Segundo a Liga, policiais militares de Buritis fizeram diversas tentativas de reintegração de posse na Área 10 de Maio sem ordem judicial.

Observação: Esta denúncia foi encaminhada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e ainda não foi trabalhada por nossa equipe. Caso tenha mais informações sobre o caso, encaminhe para nós pelo “Fale Conosco”, por gentileza.

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